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Foto do escritorIsa Cicalise

Amor próprio é egoísmo?

O amor próprio é um conceito muito comentado quando pensamos em autoconhecimento e apesar de ser bastante antigo dentro dos estudos iniciáticos, ele soa como novo em nossa sociedade. Como tudo que é novo, há bastante confusão em torno de seu significado. A resposta para a primeira pergunta seria não. Amor próprio não é egoísmo.


E por que será que tendemos a misturar esses dois conceitos?


Enquanto cultura temos diversos resquícios de crenças que não sabemos da onde vem, mas carregamos inconscientemente. A ideia de misericórdia propagada pela igreja católica, por exemplo, nos levou a uma falsa noção de qual nosso dever em relação ao outro.


É interessante olharmos para a famosa frase “amar o próximo como a ti mesmo”. Parece que focamos toda a atenção para o próximo e nos esquecemos do “como a ti mesmo”. Para podermos amar verdadeiramente o próximo, precisamos amar a nós mesmos.


Pare, respire e se pergunte: você ama a si mesmo?


Deveria ser natural nos amarmos, pois somos nossa principal companhia, somos expressão do divino, somos aquilo que podemos ser, somos a própria vida. Mas a forma como fomos formados, o quanto somos reprimidos e corrigidos desde cedo, nos leva a ver-nos como errados, falhos, insuficientes. A sociedade capitalista em que vivemos reforça ainda mais esse padrão. Baseada no consumo, nos leva a crer que só seremos bons a partir de determinada aquisição, seja um bem ou uma posição na sociedade. Como se nosso valor estivesse atrelado a quanto de sucesso temos.


Assim, criamos pessoas que não só não se amam, como muitas verdadeiramente se odeiam. Se pensarmos na média, as pessoas amam algumas partes de si e outras não.


O trabalho do amor próprio está, exatamente, em conseguirmos nos amar por inteiro, pois apenas assim estaremos completos e plenos. Somos seres divinos e perfeitos em nossas imperfeições, pois sim, o que é a vida se não uma grande escola para nos aperfeiçoarmos?


Você não faria uma criança com dificuldades se odiar, você a acolheria e a deixaria confortável para que assim pudesse vencer suas dificuldades ou algo parecido, correto? Assim devemos fazer também conosco. Somos um todo cheio de pequenas partes com vontades, desejos, ideias ou dificuldades e precisamos acolhê-las, como se cada parte nossa que não gostamos fosse uma criança pequena que precisa de ajuda, de atenção.


Amor próprio é você se acolher, respeitar o seu tempo, espaço e limite.

Não permitir que a pressão externa, que a opinião alheia ou crenças coletivas sejam sempre mais fortes do que os seus sentimentos. É você dar voz ao seu interior, as crianças que moram em ti.

Mulher deitada
Sinta-se!

Permitir-se fazer aquilo que ama, não o que está na moda, mas o que você verdadeiramente ama e se você não souber o que é, permitir-se buscar. Com calma, com amor, com dedicação ao seu interior. Seja cinco minutos por dia ou um dia por semana, cada um sabe de sua realidade, mas você sempre pode ser mais gentil consigo.


Levar-se para passear, fazer um banho especial, massagear-se, comer o que gosta, rir consigo, olhar-se no espelho, respirar ar puro, pintar, caminhar, a lista é infinita…. faça aquilo que o seu coração pedir! <3







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