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Por que a arte é terapêutica?

Atualizado: 15 de abr. de 2022


Uma mão escreve sobre um papel em branco
Expressar-se é liberar energia!

Esta é uma pergunta com infinitas respostas e ainda há muito para ser entendido. Pode ser respondida desde a neurociência até a experiência puramente pessoal. Neste texto, tomarei como base para falar um pouco sobre o tema a teoria junguiana somada à minha experiência enquanto terapeuta.


Para traçar nossa linha de pensamento, iremos explorar três etapas que facilitarão nossa compreensão. Primeiro, vamos pensar sobre o fazer artístico. O ato de fazer arte, expressar-se, independente do material escolhido, é terapêutico por si só. Isso ocorre pela mobilização energética que o ato promove. Para Jung, nós somos um quantum energético e o que permite nossa saúde é uma boa manutenção dessa energia, estando o mais próximo possível do equilíbrio. Se há muita energia parada em uma questão, sem movimento, ela pode somatizar no corpo, gerando doenças. Assim, quando fazemos arte estamos mobilizando uma quantidade de energia que é benéfica, pois está sendo liberada e não acumulando.


Falando ainda sobre o fazer, podemos pensar sobre a relação dialética que a psique traça com os diferentes materiais. Cada material possui qualidades intrínsecas que dialogam com aquele que o utiliza. A sensação, movimentos e sentimentos que cada material evoca para cada pessoa, já que é uma relação na maior parte subjetiva, gera transformação e reflexão internamente. O movimento que é feito fora é também realizado dentro. Por exemplo, se traço linhas de forma organizada e precisa, o meu movimento de organização interna é trabalhado. Posso ser levada a refletir sobre meu foco, minhas decisões, etc. Claro que isso ocorre, quase sempre, de forma bastante inconsciente e é exatamente aí que podemos entender uma das qualidades do trabalho arteterapêutico.


Por fim e, provavelmente, o principal quando pensamos em arteterapia está a relação com o que é produzido. O nosso inconsciente fala através da arte. A arte é uma das linguagens mais espontâneas e verdadeiras que existe. Nela, revelamos nossa alma e tudo aquilo que é indizível ou não conhecido para nossa consciência. Dessa maneira, podemos olhar para o que foi produzido, sem nenhum tipo de julgamento estético, mas de forma profunda. Permitindo que a arte revele-se, permitindo-nos conhecer o que nosso inconsciente está querendo dizer e assim criar nova relação com ele.


A linguagem expressa, como a linguagem do inconsciente, é simbólica. Através desses símbolos podemos fazer associações espontâneas, de forma livre e amplificar aquilo que foi produzido, conhecer os significados e outras camadas de nós mesmos. Criando um verdadeiro diálogo com nosso interior. Este é o ponto em que o trabalho arteterapêutico diferencia-se do puro fazer artístico.


Dentre outras coisas, o arteterapeuta é um facilitador nessa condução, uma companhia para adentrarmos ao nosso interior, permitindo ampliar o diálogo com o simbolismo, conhecer mais do que está dentro de nós, seja dores, traumas ou qualidades muitas vezes reprimidas. Além disso, a escolha do material proposto para cada paciente ou grupo é também parte do estudo do arteterapeuta.


Por tudo isso e muitos outros motivos, façamos arte! É natural do ser humano se expressar, se perdemos a espontaneidade e o prazer nisso, sempre podemos olhar novamente para dentro e descobrir onde dói ou talvez ainda não encontramos o material que nos permite fluir. Permita-se, é sempre tempo! :)


+ Atendimento de Arteterapia







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